ESTUDANTES E PROFESSORES DA UFLA VISITAM A SUPREMO PARA PESQUISA

Diferentemente dos humanos, a ureia reciclada para o trato gastrointestinal dos animais ruminantes, como os bovinos, é uma importante fonte de nitrogênio para os microrganismos presentes no rúmen. Nos últimos anos, as dietas utilizadas nos confinamentos brasileiros têm sofrido mudanças com aumento na proporção de concentrado na sua composição e, dos nutrientes existentes no concentrado, o amido é o maior componente e o que fornece maior quantidade de energia para bovinos em terminação.

Além disso, a inclusão da ureia pecuária na alimentação de ruminantes é uma prática comum, porém usada de forma relativamente ineficiente para a produção de produtos proteicos, como a carne e o leite. Porém, devido ao seu amplo uso, pode ser parcialmente responsável pela baixa eficiência geral de utilização do nitrogênio pelo metabolismo animal e a maior excreção para o meio ambiente. A baixa eficiência de utilização da ureia dietética tem sido atribuída à rápida hidrólise ruminal da ureia em amônia pela urease microbiana que ocorre a uma taxa mais elevada do que a utilização de amônia pelas bactérias ruminais, levando ao acúmulo de amônia no rúmen, absorção, síntese de ureia no fígado e excreção na urina.

Diante desse contexto, um estudo está sendo conduzido na Universidade Federal de Lavras (UFLA), pelos alunos Igor Fávero e Gabriela Resende do Núcleo de Estudos em Pecuária de Corte (NEPEC) e liderado pelo professor Erick Batista, em parceria com a Empresa Trouw Nutrition e MS Pecuária, afim de avaliar o efeito da fonte de ureia associado com o milho moído ou reidratado e ensilado sobre o desempenho, metabolismo ruminal, caraterísticas de carcaça, qualidade da carne e expressão de genes envolvidos no metabolismo de nitrogênio.

Nesse estudo foram utilizados 80 novilhos não-castrados com idade média de 24 meses e peso vivo médio de 390 kg. A fase de campo teve duração de 100 dias, sendo 14 dias de adaptação dos animais as dietas e 86 dias de avaliações com as dietas finais. As dietas serão isonitrogenadas e ricas em amido (52%).

Os animais foram abatidos no frigorifico Supremo localizado na cidade de Campo Belo, Minas Gerais. Após a esfola, foram retiradas amostras do fígado, pâncreas, rins para análise de expressão de genes relacionados ao metabolismo energético e proteico. Adicionalmente foram coletados fragmentos da parede do saco ventral do rúmen para análise da expressão de gênica do metabolismo ruminal.

Após 48 horas de refrigeração, as carcaças foram pesadas e imediatamente desossadas na Unidade de Ibirité. Foram retiradas amostras de 14 cm do músculo Longissimus thoracis da meia-carcaça esquerda a partir da 13a costela, em direção cranial, para avaliar a qualidade da carne dos animais. As principais análises a serem realizadas nas amostras serão composição. O resultado será positivo tanto do ponto de vista econômico, quanto do ponto de vista ambiental, pois a maior eficiência de uso do nitrogênio reduz a excreção de óxido nitroso para o ambiente e a emissão dos gases de efeito estufa.